03/05/2021

Preço do frete teve alta em 17 estados em 2021

Preço do frete teve alta em 17 estados em 2021

Dos 25 estados brasileiros analisados, em 17 foi registrada alta no preço do frete, no primeiro trimestre de 2021 (em comparação com o mesmo período do ano passado).

O resultado vem do “Relatório Trimestral FreteBras – O Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil” e indica que o setor de transporte de cargas, depois de iniciar o ano em um cenário instável e desafiador, está em fase de recuperação. 

Para o levantamento, a FreteBras analisou dados de 1,6 milhão de fretes realizados durante o primeiro trimestre deste ano.

Conclusões sobre o preço do frete

No primeiro trimestre de 2021, o valor médio do frete no Brasil foi de R$ 0,99, apenas 1,99% superior ao registrado no mesmo período de 2020. A região Norte apresentou o frete mais caro do período, alcançando R$ 1,09 no preço médio por km por eixo. As regiões Sudeste e Sul tiveram os preços mais baratos, R$ 0,98 e R$ 0,99, respectivamente. O Nordeste teve o maior aumento (+4,57%), enquanto as demais regiões oscilaram pouco. Os fretes no Norte aumentaram 2,43%. No Sudeste e no Centro-oeste a variação ficou um pouco abaixo de 2% em ambos os casos e, na região Sul, foi de apenas 1%, o que pode ser considerado como estável.

Entretanto, segundo relatório da ANP, o preço do diesel comum nas bombas cresceu acima de 15% em todas as regiões. No Nordeste, o combustível superou os 20% de aumento, na comparação entre o primeiro trimestre de 2020 e 2021. 

“O aumento no combustível é extremamente preocupante porque representa de 40% a 50% dos custos dos caminhoneiros, mas não está sendo refletido na mesma proporção no valor do frete.” – Bruno Hacad, diretor de operações da FreteBras.

Desde o início de 2021, o Índice FreteBras de Preço do Frete passou a ser divulgado mensalmente e traz, nesta edição, a primeira análise trimestral. O índice é calculado analisando o valor médio do frete dividido por quilômetro rodado por eixo.

O setor de transporte rodoviário no Brasil

O volume de fretes rodoviários no Brasil deu um salto de 53% em relação ao mesmo período do ano passado. O crescimento foi fortemente impulsionado pelos setores de construção e agronegócio, que aumentaram em 60% seus volumes de cargas transportadas, em cada indústria. 

De acordo com o estudo, a região Nordeste apresentou o maior crescimento no volume de fretes (+95%) no período. De seus nove estados, cinco viram o volume de cargas mais que dobrar: Piauí (+127%), Sergipe (+126%), Pernambuco (+107%), Alagoas (+102%) e Bahia (+101%). Em segundo lugar ficou a região Norte (+76%), seguida pelo Centro-oeste (+64%), Sul (+47%) e Sudeste (+44%). 

Observando os mercados estaduais, o relatório revela que Tocantins quase triplicou (+186%) seu volume de fretes no comparativo entre o primeiro trimestre de 2021 com 2020. No Sul, Santa Catarina viu seu volume de cargas crescer 74% e no Centro-Oeste, o Mato Grosso teve alta de 72%. Já no Sudeste, o Rio de Janeiro teve maior destaque, com 51% mais fretes.  

Na análise do volume absoluto de fretes, as regiões Sul e Sudeste foram as mais representativas, com 30% e 40% do total de cargas transportadas, respectivamente. São Paulo foi o estado que mais somou novos fretes em comparação com o primeiro trimestre de 2020, seguido por Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina.

“Tivemos muitos desafios no primeiro trimestre. O encalhe do cargueiro no canal de Suez impactando importações e exportações, o recorde de contaminações pela Covid-19, chuvas inesperadas atrasando a colheita de grãos e aumentos frequentes no preço do combustível impactaram fortemente o transporte de cargas. Ainda assim, o Brasil demonstrou extrema resiliência e apetite para crescer. Esperamos que este estudo ajude o mercado a entender seu verdadeiro potencial, quais são suas principais tendências e, assim, tomar as melhores decisões em direção à retomada.”

Tendências para os próximos meses

As conclusões do relatório apontam para uma retomada mais forte no segundo semestre. 

“A indústria do transporte rodoviário de cargas busca, cada vez mais, soluções digitais para melhorar a rentabilidade, a saúde financeira e a segurança. Apenas em nossa plataforma, registramos 90 mil novos caminhoneiros cadastrados no primeiro trimestre. No início do ano, anunciamos um investimento de R$ 30 milhões em iniciativas de segurança e outros R$ 20 milhões em ações de suporte ao caminhoneiro nas estradas, até o final de 2021. Em março, criamos uma linha de crédito para capital de giro inédita no setor, tudo com o objetivo de trazer melhorias na eficiência geral do setor, na redução da capacidade ociosa e na segurança do transporte de cargas.”

*O relatório completo pode ser acessado aqui.

Fonte Link

Ibérico Transporte & Logística