O uso da navegação para transportar cargas no Brasil aumentou consideravelmente no ano de 2019, em relação a 2018. A produção desse tipo de transporte, medida em tonelada por quilômetro útil (TKU), cresceu 20,7% quando feita em rios, lagos, lagoas e canais do país, na chamada navegação interior. A navegação marítima entre portos e deles para hidrovias da navegação interior – modalidade conhecida como cabotagem – subiu 6% no período. O aumento foi verificado nas instalações portuárias outorgadas pelo Governo Federal.
É o que aponta o Raio-x do Transporte de Cargas na Cabotagem e Navegação Interior no Brasil por meio de Estudos Simplificados, produzido pela Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq). O estudo analisou a movimentação de cargas em 2019 nos corredores hidroviários dos rios Solimões-Amazonas, Madeira, Tocantins-Araguaia, Paraguai, Paraná-Tietê e Hidrovia do Sul, e nas principais rotas ao longo da costa, a fim de ampliar o conhecimento do transporte aquaviário de cargas e acompanhar sua evolução.
“Os dados só comprovam a vocação marítima do Brasil e seu potencial ainda a ser explorado. Mostram, ainda, que estamos no caminho certo nas políticas públicas de incentivo à cabotagem, como o projeto BR do Mar, e o direcionamento de recursos do orçamento a projetos hidroviários, vias auxiliares que integram o país e contribuem para a eficiência logística”, afirmou o secretário de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni.
MOVIMENTAÇÃO NAS ROTAS – Na navegação interior, a Hidrovia Solimões-Amazonas teve o melhor desempenho em 2019, com 13.729.251.999 TKUs. De acordo com a Antaq, os dados revelam aumento da importância da navegação interior para o agronegócio brasileiro, além do crescimento do modal hidroviário no chamado Arco Norte.
Pela Solimões-Amazonas, foi transportada carga total de 24.437.729 toneladas, especialmente sementes e frutos oleaginosos; grãos, sementes e frutos diversos; plantas industriais ou medicinais; palhas e forragens; e cereais. Em seguida, destaca-se a Hidrovia do Madeira, com 9.806.255.062 TKUs e 9.342.788t. A rota é parte importante da logística de exportação do país, e uma das principais vias de escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste brasileiro, transportada por rodovia até Porto Velho (RO), onde se localizam as principais instalações portuárias autorizadas.
CABOTAGEM EM CRESCIMENTO – Na cabotagem, o indicador TKU foi de 223,370 bilhões de toneladas-quilômetros em 2019, superior em 6,03% ao de 2018 (210,660 bilhões de t-km). Os dados indicam retomada da tendência persistente de crescimento, verificada a partir de 2010.
Os principais produtos transportados dessa forma foram combustíveis e óleos minerais (56,5%), contêineres (23,5%), minério de ferro (6,3%), bauxita (5,8%) e produtos siderúrgicos (2,4%), entre outras mercadorias (5,6%). A agência observa que no modal há crescimento constante de transporte de carga conteinerizada e que a cabotagem tem contribuído para a segurança energética nacional, devido ao transporte de petróleo e combustíveis.
AUMENTO DE OFERTA – Em 2020, o Governo Federal encaminhou ao Congresso Nacional o BR do Mar, de incentivo à cabotagem no país. A proposta tem como objetivo aumentar a oferta da modalidade, incentivar a concorrência, criar rotas e reduzir custos.
Com isso, espera-se o aumento do volume de contêineres transportados por ano e a ampliação de 40% da capacidade da frota marítima dedicada à cabotagem nos próximos três anos, excluindo as embarcações dedicadas ao transporte de petróleo e derivados. A proposta aguarda votação pelo Senado Federal.
*Com informações da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq)
Assessoria Especial de Comunicação
Ministério da Infraestrutura